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O bairro São Jorge, na Zona Oeste de Manaus, encerrou as celebrações do Dia Nacional do Samba (2 de dezembro) com uma noite que ficará marcada na memória cultural da capital. O espetáculo “Samba com Orquestra“, promovido pela Prefeitura de Manaus, por meio doConselho Municpal de Cultura (Concultura), não apenas atraiu uma multidão vibrante, mas também selou uma fusão artística que elevou o potencial criativo da cidade.

A união da Orquestra de Câmara de Manaus (OCAM), sob a regência magistral do maestro Hermes Coelho, com a pujança das escolas de samba locais, transformou a Rua Vicente Torres em um palco de sinestesia, onde a precisão erudita e o fervor popular se encontraram em perfeita harmonia.

A proposta ousada do “Samba com Orquestra” era levar a complexidade harmônica da música clássica para o ritmo acessível do samba, comprovando que não existem barreiras entre os gêneros.

Para a OCAM, o desafio foi criar arranjos orquestrais inéditos que respeitassem a essência rítmica do samba, enquanto cordas e sopros teciam novas texturas sobre melodias consagradas. O resultado foi um deleite para o público: clássicos do samba que ganharam uma dimensão sonora épica, soando grandiosos e, ao mesmo tempo, intimamente ligados à emoção popular.

O maestro Hermes Coelho destacou a importância pedagógica do evento: “Tirar a Orquestra do teatro e levá-la à comunidade, especialmente em uma celebração tão significativa como o Dia do Samba, é cumprir o papel social da arte. Mostramos que o clássico não é elitista; é, acima de tudo, universal.”

A Força da Tradição na Comunidade

O evento ganhou ainda mais peso com a participação das escolas de samba, verdadeiras guardiãs da memória e da tradição do carnaval amazonense. Entrando em cena com suas cores e a energia inconfundível dos mestres-salas e porta-bandeiras, as agremiações trouxeram o coração da festa para o palco:

• Beija Flor do Norte: Trouxe a garra e a tradição dos grandes desfiles.

• Vitória Régia: Compartilhou a elegância e a história que a tornam referência.

• Dragões do Império: Elevou o clima com sua percussão marcante e seu entusiasmo contagiante.

O Clímax da Celebração

A noite alcançou seu ponto máximo no momento em que a OCAM e a Dragões do Império se uniram para executar uma interpretação monumental do clássico “Brasileirinho”. O diálogo entre os instrumentos de corda e a bateria da escola de samba foi ovacionado pelo público, simbolizando de forma literal o sucesso da fusão proposta pelo Concultura.

A celebração, que se estendeu pela noite, reafirma a política cultural da Prefeitura de Manaus de valorizar a produção artística local, promover a democratização do acesso à cultura e ressignificar espaços públicos como palcos de grandes manifestações populares. O “Samba com Orquestra” provou ser mais do que um espetáculo; foi um ato de reconhecimento da diversidade e da potência cultural de Manaus.

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Texto – Concultura
Fotos – Concultura